Como eu sempre digo: a primeira coisa que me vem na cabeça quando minha vida muda de repente é que eu preciso atualizar esse blog. Eu dei uma olhada na frequência de meus posts nos últimos 2 anos e temos aí mais ou menos o espaçamento de 8 meses por publicação. Seria este o prazo de mudanças na minha vida? Não sei, o que importa é que após uma pausa de cerca de 20 minutos brincando com o faceapp e falando bobagens com um amigo, além de uma outra pausa de 1h30 para almoçar metade de uma salada da YouSalad, eu estou pronto para dizer: eu não estou bem.
De 8 meses para cá eu passei por muita coisa. Eu me esforcei para ir bem na faculdade, eu me esforcei para ir bem no trabalho ao receber um feedback horroroso de pessoas que eu considerava, vivi o inferno tendo que cuidar de um evento que foi um inferno durante uma semana de provas... Eu experienciei uma grande carga de emoções e de tarefas que não deixaram eu ter tempo de me dedicar a eu mesmo. A coisa que mais andei falando foi: "eu fiz tudo isso a que custo?" e isso anda ecoando na minha cabeça, por meio de sensações de ansiedade baixas e elevadas ou do medo de várias coisas acontecerem as quais ainda estou lutando para entender direito.
É engraçado pensar que tudo começou 1 ano e meio atrás, quando tive a primeira experiência de uma crise ansiosa em casa durante uma semana exaustiva e aos poucos, isso foi se repetindo até chegar no agora, onde tive que aprender o que fazer para evitar isso, que vem do nada, parece ser sem motivo mas é basicamente uma avalanche de tudo que não pude dar atenção anteriormente nestes últimos 2 anos do trabalho em que estive. Qual é o sentido disso, sabe? De você se dar de corpo e alma para coisas, para você tentar ser visto, valorizado e de repente é isso que está te derrubando?
Enfim que isso chegou até novembro, onde mais e mais eu via que isso tornava-se mais frequente, o que levou eu a pedir a conta deste lugar, que estava sendo tóxico para mim e levou até onde estou agora, uma agência online que entrei um dia depois de sair da outra e, em um momento onde era para eu estar tranquilo, relaxando e sendo mais eu mesmo, eu estou novamente enfrentando essas situações, por ter botado tudo de baixo do tapete por tanto tempo.
Tudo isso me traz até essa semana, onde eu decidi procurar ajuda: eu busquei academia, eu busquei psicóloga e busquei formas de tentar controlar o que anda rolando com meu organismo, que aparentemente >não sabe mais< digerir nada que nem gente.
É refletindo sobre tudo isso e muito mais que eu me comparo: eu vivi tudo isso e tem gente vivendo situações mais intensas. Eu estou realmente em um estado de estresse crônico e ansiedade ou são diversas outras coisas que juntas, se assemelham a isso? Isso continua a vir e voltar na minha mente, como um estado de negação da minha condição ou até de cruzar meus braços e pensar que o tempo em que eu perdi desempenhando outras coisas, eu podia ter me cuidado.
Beleza, isso tudo foi difícil, chato e triste de escrever, mas agora vamos para a parte boa:
Eu dei o primeiro passo.
Eu estou buscando ajuda, eu estou sendo mais honesto sobre meus sentimentos com quem eu amo, com quem eu admiro e com quem eu vejo como referência para mim. Eu ando me abrindo mais sobre o que sinto e sobre quem eu sou. Eu procurei academia como estratégia para reduzir o estresse e a ansiedade, assim como buscar a saúde que quero ter (mesmo tendo faltado já alguns dias que poderia ter ido por conta de instrutores que não instruem, vergonha e medo) e comecei a ir para a psicóloga, que se mostrou uma pessoa adorável, incrível e que me trouxe pontos de vista difíceis de eu acessar ou de visualizar, mas que agora fazem muito sentido. Eu me livrei de um espaço de trabalho que parecia incrível mas se tornou a coisa mais cansativa psicologicamente e emocionalmente que já experienciei, eu me distanciei de pessoas que não sabia exatamente se queriam meu bem e eu estou aprendendo a entender mais o que rola dentro de mim, de me permitir, de ser eu, de aceitar o que estou vivendo e de assumir para mim que: eu preciso de ajuda.
Em todos esses anos de coisas estranhas que já senti, sempre foi um hábito meu, por achar que sou esperto e sabido, de saber o que era melhor pra mim. De não buscar ajuda profissional e confiar no que me empunham ou no que eu mesmo acreditava ser melhor para mim mesmo e, de certa forma, o que era incomodo passar superficialmente. Este fui eu por anos, uma pessoa que se considerou muito autossuficiente, que gostava de fazer as coisas por conta e bateria no peito para dizer com orgulho que "eu com eu basto". Até que não... E tá tudo bem.
Buscar ajuda e falar sobre eu com quem amo me mostra a pessoa frágil que sou e que espera-se de todos nós que sejamos. É impossível deixar essa máscara no rosto, que abraça o mundo inteiro, chama de seu e ensina para si mesmo que você é o dono da razão e sabe o que é mais certo para você.
A coisa mais incrível de ser quem sou é ser infinitamente específico. Mesmo nesse grande vasto que sou, também consigo ser vastamente limitado em coisas que eventualmente precisarei de ajuda. É aí que entram os outros infinitos, que em suas próprias infinidades, dividem um pouco de si para o meu bem.
É isso que preciso aprender, a reconhecer quando preciso de ajuda de pessoas que estão aqui para me ajudar, para eu ficar bem e voltar a ser eu como sempre fui. É um pouco difícil para mim entender que isso vai passar e logo estarei bem, todo dia penso que essa certeza bonita podia ser amanhã, mas esse é um caminho que custe o que custar, eu estou decidido a enfrentar.
Will que está aí no futuro, daqui 8 meses: eu sei que você será evoluído de inúmeras formas. O seu infinito é muito bonito para se apagar e ele só tende a crescer. Esse blog te acompanha há mais de uma década e ele já viu de tudo e essa é só mais uma fase para daqui um tempo olhar e ver o quanto o seu vasto aumentou. Fique bem, baby <3
Esse post não teve gifs nem nada. Eu sei que pareceu sério, triste e emocional demais mas a realidade é que eu não tive ideias hoje de piadocas como as que sempre faço, mas o próximo terá.
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