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Steven Universo e a eterna jornada do autoconhecimento

    Essa é a primeira vez em literalmente 8 anos que eu escrevo aqui no blog duas vezes em um ano. ISSO NÃO É INCRÍVEL? 

    Em mais um dos meus favoritíssimos (e necessários) finais de semana, desocupado e a deriva em meus desejos e pensamentos que me levam pra lá e pra cá, eu resolvo reassistir o filme de Steven Universo, após mais ou menos 2 anos sem assistir algo relacionado a Steven desde que o desenho acabou. Na verdade, nas minhas últimas oportunidades de ficar em casa sossegado, eu estive me reconectando com o desenho e tudo começou no jogo para console "Steven Universe: Save The Light", que finalmente completei 100% conforme minha agonia com jogos não finalizados, onde eu jogo até não ter nada que eu já não tenha feito ou coletado.


Eu indo jogar algo que já joguei outras 38473 vezes só pra que dessa vez eu tenha a cobiçada platina (que eu já tenho 12 aliás).


A questão é que nada disso ainda está de acordo com o título da postagem. Vamos lá: Revisitando o jogo, me deparei com uma frase durante uma luta do jogo, onde o oponente que fora mandado e seguiu regras em toda sua existência se depara pela primeira vez com a seguinte frase: 

"É isso que você realmente quer?"

    E ali estava eu lendo aquilo e traduzindo pra minha própria vida. Aquela sensação onde tudo para e de repente é só você e sua mente pensando em milhares de coisas e lembrando de situações logo passa e eu continuo jogando e passando o resto do meu dia, o que leva a hoje, dia 18 de Setembro, domingo, 21h da noite. Eu resolvo reassistir o filme de Steven Universo e convenhamos? Não poderia ter sido em hora melhor.


Esse desenho tem um espaço muito especial no meu coração para quem não sabe. Na verdade, acho difícil que você já não saiba isso.


    Não serei capaz de explicar resumidamente todo o enredo de Steven Universo para dar contexto, mas o que importa é: Spinel, uma antiga amiga da mãe do Steven (a quem ela abdicou de uma vida eterna e inorgânica para se tornar meio humana, ou seja o lado alienígena do Steven) retorna e descobre que foi abandonada 6000 anos por ela, na promessa de Rose, sua melhor amiga, voltaria. Filme vai, filme vem Spinel demonstra traços de dependência emocional e toxicidade. 


Spinel foi abandonada 6 MILÊNIOS pelo que parecia sua melhor amiga e agora toda vez que sente que terá que ficar sozinha, ela fica mal. 

    Isso aí é assunto o bastante para uma postagem individual, afinal atire a primeira pedra quem nunca viveu uma amizade tóxica e sufocante (E NÃO SE ESCONDA! Você provavelmente já foi tóxico também.). 
    A questão foi a cena quando o Steven percebe o que faltava ele entender nele mesmo para que ele tenha seus poderes de volta (se identificou o bastante?). Ele basicamente (não exatamente assim, qual é eu esqueço rápido) diz: "É isso, essa era minha peça final! Todas as vezes que errei, que não consegui, eu estava aprendendo. Eu mudei!" Gente, um lencinho por favor?


E então de repente a gente aprende que a melhor parte da inconstância, do crescer, do ser tão diferente e do errar é o poder de mudar. Do tentar de novo até acertar. Do ser você mesmo. Do viver a sua essência.

    Ótimo, agora que preparei o chão para onde eu queria chegar, eu te pergunto: você está sendo você mesmo, tendo a sua voz, fazendo suas escolhas ou agindo de acordo com a expectativa dos outros? ou do que eles fariam, ou do que parece ser melhor pra qualquer um nessa situação, mas pra você... não exatamente?
    Fazem uns 7 anos pelo menos que meu mundo virou de ponta-cabeça e eu ando incansavelmente em direção a ser eu mesmo, a me entender melhor e a colocar como prioridade o que eu acho, não o que outra pessoa faria. Ah, e sem pensar na reação das pessoas as quais por tanto tempo foram minhas referências na tomada de decisões (e que provavelmente tem um pedacinho na minha formação como pessoa, não necessariamente familiares).
    Porra, quantas vezes pensar não somente nas consequências, mas no que as outras pessoas pensariam de mim atrapalhou minha tomada de decisões, meu dia, minha vida? Quantas vezes eu me comparei com outras pessoas em suas vidas infinitamente diferentes da minha vida e julguei a realidade delas mais bem-sucedida que a minha, sem considerar todos os fatores que estão além do meu controle? A verdade é que esse é meu maior problema, achar que eu tenho que estar no controle de tudo.


A gente é ensinado, cresce e torna nossa realidade que devemos ser autossuficientes, perfeitos e donos da estabilidade, mas é um deslize e de repente pronto, uma semana com a cabeça incapaz de pensar direito.

    O que aprendi e sigo aprendendo nessa minha jornada de 5 anos sendo fã de Steven Universo, somado aos 7 de tentar de pouco em pouco ser mais eu é que: tudo toma tempo, tudo vem e vai, altos e baixos, bem altos, bem baixos. A pressão faz você ser quem é, mas as vezes ela é esmagadora. Nessa brincadeira de levantar as 7 e ir deitar as 23, não deixe de pensar em você! Se no dia a dia a sua agenda obriga você a se desdobrar em 4 pessoas e meia, por um par de segundos, pergunte-se: Se eu fosse eu, o que eu diria? o que eu faria?


Se você já se sentiu tão desconectado de si mesmo para atender uma agenda, uma expectativa em seu trabalho, faculdade ou vida social, você sabe do que eu estou falando. Não se esqueça, aquela voz lá no fundo da tua cabeça ainda é você mesmo.

    Talvez no fim das contas, o fato dessa postagem ir pra tantos lados ao mesmo tempo torne o resultado final meio confuso, complexo ou talvez sem sentido. Eu vou reler, mas se estiver: VAI FICAR ASSIM! Não é irresponsabilidade nem preguiça, a questão é que se eu já disse repetidamente que nessa jornada de autoconhecimento de quase uma década eu remo em um barco que me leva a correntezas, cachoeiras, lagos e rios, falar dos meus sentimentos mais complexos também vai ser assim. Tá aqui o pedacinho mais sincero e que vem do mais fundo possível, o meu emocional e sentimental que por mais que confuso, é gigante e lindo. Eu cultivo ele faz tempo, a gente se desentende, mas no fundinho sou eu.

    Por fim deixo vocês com minha maior reflexão até hoje, a qual eu desdobro devagar enquanto vivo e aprendo. Autoconhecimento é primeiramente separar quem é você do que fizeram ou fazem você ser. É você entender seus limites e respeitar aquilo que te segura quando algo não parece certo, aquelas coisas que por mais que façam sentido para alguns, para você não façam, ou talvez não façam por enquanto! Autoconhecimento em segundo lugar é correr atrás de se conectar com quem você sempre foi, lá no fundinho. Essa parte é demorada e complexa, afinal vai ser um pouco demorado entender se você aparenta ser como quer, se você é quem quer ser, se você vive a pessoa que é e o que tá faltando pra você atingir o que falta, mas pera lá! Estou falando do conhecer e entender o que falta em você. E quanto a se tornar quem você realmente é? Sei lá, não cheguei lá ainda, mas o que posso adiantar é que o futuro deve ficar onde está, não lido bem com expectativa! Se você pensa nisso tudo e constantemente tenta se aproximar de quem realmente é, o que importa é que você está no caminho certo dessa construção constante do que é ser você.


Acho que eu poderia ficar facilmente nesse assunto bobo e gigante, desenrolando a escrever por horas como já estou, mas eu mereço um descanso. Sim o post vai terminar numa legenda de GIF! Viva aí devagarinho e conquistando tua realidade absolutamente individual e pessoal de acordo com sua força, ok? De William para leitor, mas também para William.





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